De minha autoria.

Eu sou o samba. Sou a baianidade e a plenitude brasileira. Sou o sorriso bobo, o tambor que se amarra, os cabelos ao vento, a dança que envolve. Sou a desconfiada sedução, a estranha fruta diferente, a poesia do autor que me cita do começo ao fim. Sou tudo, porque nada me falta! Sou a pura pureza da natureza, do meu corpo a minha cabeça. Sou as ondas do mar que se agitam no cair do sol. Sou a lua enamorada, sou o balanço e a originalidade das flores, sou a mulher mais menina, o olhar que mais acompanha o sorriso. Sou a hora que acabou de chegar, sou o sangue temperado de Bahia, sou a filha do mar, sou a esperança de Deus. Sou o que tem no centro da roda de samba, sou a felicidade indescoberta. Sou o relance do vento, a imensidade do céu, a dúvida no/do ar. Sou filha de mãe preta, que não tem frescura. Sou a natureza em pessoa, com a defesa ameaçadora em mãos. Sou todo o tropicalismo do swing para lá e para cá, sou o acarajé com abará, sou quem mostra os encantos de yemanjá! Sou a mais pura doce fatalidade baianidade e diferente, sou a palavra Brasil, com a palavra Bahia, com a palavra.. com as palavras! Sou a minha senhora, que vai de carroça, vai de mula e descalça. Sou o que move, sei que sou. Sou o embalo do meu samba, sou a capoeira do terreiro, sou a atração para os olhos grandes, sou a liberdade de todo o mar.. sou a autoria de todo esse texto sou o: ha, ha e ha, o laiá, laiá!